Depressão, a doença do século! Será mesmo?

6/6 Depressão, a doença do século! Será mesmo?

15/11/2019

Este post é a última parte de um artigo de autoria do Psicólogo Domingos.
Recapitule a parte anterior deste artigo clicando aqui!
Vá para primeira parte deste artigo clicando aqui!

Luto x Depressão

Mas e o luto, é depressão? Luto não é depressão, e essa afirmação rápida e categórica é embasada em vastas pesquisas. Teóricos do processo de luto como Parkes (2009) e Bowllby (2004) não consideram o luto como um transtorno, pelo contrário, o considerarem como um processo muito singular e importante para vida humana, e mesmo no DSM, até a sua quarta versão, o luto era claramente separado dos transtornos depressivos ou transtornos do humor.

Porém, no DSM-V ocorreu uma alteração significativa, pois enquanto no DSM-IV o luto era considerado uma situação excepcional na qual a aparição dos sintomas podia estender-se por dois anos, no DSM-V esta excepcionalidade desaparece, ficando por conta do clínico a avaliação de cada situação concreta: “Essa decisão requer inevitavelmente o exercício do julgamento clínico baseado na história do indivíduo e nas normas culturais para a expressão de sofrimento no contexto de uma perda” (APA, 2014, p. 161).

Em outras palavras, até o DSM-IV havia uma separação nítida entre o luto e a depressão. Havia uma regra que excluía o diagnóstico de depressão para uma pessoa em luto, que era estendido por um período de dois anos.

E por mais que se tente justificar essa escolha com o argumento de que a depressão é um transtorno grave e que merece atenção imediata, sob pena inclusive dos riscos de suicídio, ao se excluir o período de luto, o que se concretiza na prática clínica é uma patologização da experiência humana da perda e da dor.

Há ainda as diferenças culturais, pois o luto e a depressão são experenciados de formas diversas. Evidentemente, por mais que o DSM-V se proponha a ser um catálogo universal para diagnóstico das doenças mentais, quando se passa a considerar que existem diferenças importantes na maneira como as emoções são experimentadas e manifestas em diferentes culturas, verifica-se que a apresentação e o manejo dos transtornos depressivos sofrem influência de fatores culturais.

É importante destacar que cada cultura vai lidar com os transtornos mentais ao seu próprio modo, e a depressão, singularmente, vai ser entendida e manejada com essas particularidades, assim como, em certa medida, as implicações sociais, profissionais e familiares serão um reflexo cultural. Conforme afirmado por Sanches e Jorge: "é natural inferir que o diagnóstico de TDM e seu manejo se encontram sob influência de fatores culturais." (SANCHES; JORGE, 2004, p.54).

Quer conhecer minhas referências? Veja a bibliografia utilizada para este artigo clicando aqui!

Agora que já conhece mais sobre a depressão, que tal clicar aqui para ler o artigo sobre o tratamento da depressão?

Psicólogo Domingos

Atuo com um sistema de psicoterapia bastante eficaz e integrativa, que torna o proceso terapêutico mais enxuto e produtivo, adequando-se a cada paciente.

Agende sua Sessão

Comece hoje a mudar a sua vida.

Domingos Fernandes - Doctoralia.com.br