Depressão, a doença do século! Será mesmo?

1/6 Depressão, a doença do século! Será mesmo?

15/11/2019

As duas primeiras perguntas que aparecem no consultório são: o que é depressão, e como tratar? Essas perguntas serão respondidas ao longo desse e dos próximos textos dessa série, qual seja: Depressão, a doença do século! Será mesmo? Destarte, não se planeja percorrer todos elementos fulcrais da depressão nesse suscinto artigo, mas dar início e fomentar curiosidade e prover esclarecimento teórico, prático e científico.

Desde quando? Pelos mais variados textos da antiguidade encontrar-se-á traços, possivelmente identificáveis, do que contemporaneamente denomina-se como depressão. E é mesmo de se imaginar que desde os tempos mais remotos e imemoriais o sentimento de vazio, tristeza e falta de prazer nas atividades da vida já estivessem presentes na experiência subjetiva humana.

Evidentemente, a legitimidade de uso tão anacrônico do conceito “depressão”, tal como socialmente construído e aplicado pela psiquiatria, pode ser questionado, porém não se pode negar que sendo a natureza humana a mesma há muito tempo, suas contradições manifestas nos sentimentos e sensações deveriam estar presentes desde os mais primevos ancestrais.

De forma mais específica, pode-se dizer que:

[...] em 1860 a palavra depressão já era encontrada em dicionários médicos aplicado ao rebaixamento dos espíritos de pessoas que sofrem com a doença. É importante perguntar por que este termo foi necessário. Parece ter sugerido tanto uma redução fisiológica quanto metafórica da função emocional e, portanto, tinha a capacidade semântica para nomear fosse uma condição ou um sintoma. (BERRIOS, 2012, p.596).

Mas e hoje, como é? De acordo com Estatísticas Mundiais de Saúde da Organização Mundial da Saúde OMS (2017), 322 milhões de pessoas sofrem de depressão ao redor do mundo. Essa é uma estatística monumental, pois posiciona a depressão como “a maior causa de problemas de saúde e incapacitação em todo o planeta” (OMS, 2017, p. 72).

No que corresponde ao Brasil, o país aparece numa desconfortável primeira posição entre os da América Latina, com o maior número de casos diagnosticados de depressão. Segundo a OMS (2017), são 11,5 milhões de brasileiros. O documento revela ainda, que o número de casos de depressão aumentou 18% entre 2005 e 2015.

Todos esses dados refletem e supostamente confirmam a tese de que o mundo experimenta uma epidemia de depressão, e que esta pode inclusive ser declarada como a doença do século XXI, tal como muitos popularmente e academicamente já a intitulam.

Isso de per si desperta uma necessária problematização do que vem a ser doença e de como a psiquiatria e a indústria farmacêutica se relacionam com a propagação e enunciação dos ditos transtornos mentais, e particularmente com a depressão.

Portanto, a relevância, a contemporaneidade e as implicações sociopolíticas do tema ficam evidenciadas, mas antes de se submergir nessas articulações e interrogações intricadas, diluir-se-á resumidamente os imprescindíveis conceitos e critérios diagnósticos acerca do que a ciência psiquiátrica nomeia como depressão e sua relação com o suicídio.

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Psicólogo Domingos

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Domingos Fernandes - Doctoralia.com.br