Diagnóstico
Como se dá o diagnóstico? De início, vale salientar que o transtorno bipolar não se circunscreve a componentes biológicos, mas pode surgir a partir da combinação de elementos biopsicossociais, portanto deve-se considerar questões genéticas, medicamentos utilizados para tratamentos de outras patologias que acabam por auxiliar no desenvolvimento da bipolaridade, além de acontecimentos e traumas ocorridos na vida do sujeito.
Assim, para o efetivo diagnóstico do transtorno bipolar ser aferido, é necessário um apanho crítico e detalhado do paciente e da sua história de vida, pois alguns dos sintomas podem ser confundidos com outros transtornos, não bastando, portanto, o mero enquadramento prévio nos critérios A, B, C, D..., do DSM, tal como o já elencado acima, mas sendo exigido um diagnóstico cauteloso, sempre acompanhado do histórico pessoal do paciente.
O pensamento acelerado, por exemplo, também é característica do transtorno de ansiedade, por isso é necessário que um grupo de sintomas combinados estejam presentes em consonância com o seu histórico para a legítima caracterização do transtorno bipolar, afastando assim outras possibilidades.
Quais as implicações culturais? Evidentemente, por mais que o DSM se proponha a ser um catálogo universal para diagnóstico das doenças mentais, quando se passa a considerar que existem diferenças importantes na maneira como as emoções são experimentadas e manifestas em diferentes culturas, verifica-se que a apresentação e o manejo do transtorno bipolar sofrem influência de fatores culturais.
É importante se destacar que cada cultura vai lidar com os transtornos mentais ao seu próprio modo, e o transtorno bipolar particularmente vai ser entendido e manejado com essas particularidades, assim como, em certa medida, as implicações sociais, profissionais e familiares serão um reflexo cultural. Conforme afirmado por Sanches e Jorge: "é natural inferir que o diagnóstico de TAB e seu manejo se encontram sob influência de fatores culturais." (SANCHES; JORGE, 2004, p.54).