Transtorno Bipolar – Pessoa de lua?

2/4 Transtorno Bipolar – Pessoa de lua?

01/11/2019

Este post é a segunda parte de um artigo de autoria do Psicólogo Domingos.
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Os tipos de Transtorno Bipolar

Quais os tipos de transtorno bipolar? Na categorização científica existe mais de um tipo de transtorno bipolar, bem como diferenças em intensidade e no tempo dos ciclos. De acordo com o DSM-V para a caracterização do transtorno bipolar tipo I são necessários os seguintes elementos: a) serem preenchidos os critérios para pelo menos um episódio maníaco, quais sejam os critérios A-D para episódios maníacos, já descritos acima; e b) que a ocorrência do episódio maníaco não seja melhor explicada pelos seguintes transtornos: esquizoafetivo, esquizofreniforme, delirante ou do espectro da esquizofrenia, e qualquer outro transtorno psicótico.

Já para a caracterização do transtorno bipolar do tipo II são necessários os seguintes elementos: a) serem preenchidos os critérios do DSM-V para ao menos um episódio hipomaníaco; b) jamais ter havido um episódio maníaco; c) que a ocorrência do episódio hipomaníaco não seja melhor explicado pelos transtornos: esquizoafetivo, esquizofreniforme, delirante, ou outro transtorno do espectro da esquizofrenia; e d) que os sintomas de depressão ou a imprevisibilidade causada por alternância frequente entre períodos de depressão e hipomania causem sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social e profissional.

Um equívoco que merece esclarecimento é acerca do transtorno ciclotímico. Há uma certa confusão entre o transtorno bipolar e o transtorno ciclotímico, uma vez que há relações entre estes transtornos, o que acaba por ensejar certo cuidado e explicação.

O transtorno ciclotímico tem como característica essencial uma perturbação crônica e flutuante do humor, envolvendo numerosos períodos de sintomas hipomaníacos e numerosos períodos de sintomas depressivos. Contudo, os sintomas hipomaníacos têm número, gravidade, abrangência ou duração insuficientes para ser diagnosticado como um episódio hipomaníaco e os sintomas depressivos também não preenchem os critérios para o diagnóstico de um episódio depressivo maior, conforme o DSM-V:

No transtorno ciclotímico, há vários períodos de sintomas hipomaníacos e inúmeros períodos de sintomas depressivos que não atendem aos critérios de números de sintomas ou de duração para episódio depressivo maior. O transtorno bipolar tipo II é diferente do transtorno ciclotímico pela presença de um ou mais episódios depressivos. (APA, 2014, p. 182).

O seu diagnóstico, portanto, é determinado apenas se o período inicial de 2 anos de sintomas ciclotímicos está livre de episódios depressivos maiores, maníacos e mistos; bem como durante esse período de 2 anos quaisquer intervalos livres de sintomas não devem durar mais de 2 meses.

Cabe, portanto, ressalvar que após o período inicial de 2 anos do transtorno ciclotímico, os episódios maníacos ou mistos podem sobrepor-se ao transtorno ciclotímico, o que revela um diagnóstico tanto para o transtorno ciclotímico quanto transtorno bipolar tipo I. De igual modo, após o período inicial de 2 anos, episódios depressivos maiores podem sobrepor-se ao transtorno ciclotímico, apontando tanto para o diagnóstico do transtorno ciclotímico como para o bipolar tipo II, conforme o DSM-V: "Quando ocorre um episódio depressivo maior após os dois primeiros anos de transtorno ciclotímico, é estabelecido o diagnóstico adicional de transtorno bipolar tipo II." (APA, 2014, p. 182).

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Psicólogo Domingos

Atuo com um sistema de psicoterapia bastante eficaz e integrativa, que torna o proceso terapêutico mais enxuto e produtivo, adequando-se a cada paciente.

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Domingos Fernandes - Doctoralia.com.br